{quase} infinito

não é que eu não sou romântica... eu fantasio bastante com jantares com rosas em ambientes pouco iluminados, risadas histéricas de besteiras em casal, andar de mãos dadas, se beijar na frente do mar, dormir de conchinha, ver netflix, “ver netflix”, ir no cinema, ser pedida em casamento, músicas de fundo e tudo mais que eu tiver direito de sonhar. só que eu só lembro disso naqueles momentos que eu não estou fazendo alguma coisa, no momento que eu paro pra pensar sobre o que fazer sabe? eu nunca precisei de romance pra viver pela simples razão de que as pessoas usam o romantismo como um caminho para viver a vida com intensidade, com alegria, risadas e momentos compartilhados com outra pessoa. e eu acho que eu só nunca esperei ter alguém pra poder ter tudo isso; eu caio na gargalhada na rua comigo mesma, elogio quem eu não conheço, dou saúde pra desconhecidos (que sempre agradecem rindo o que me faz mais feliz), fico feliz por estar viajando e fico feliz por estar em casa, fico vidradinha nas minhas series e filmes, falo com os amigos, fico com a família, leio meus livros, durmo meus sonhos e acordo, agradecendo por estar viva. com o tempo (não muito porque eu sou nova né), a vida me ensinou que sempre que nossa alegria, nossa intensidade, nosso frescor de estar vivo mesmo, depender de alguém ou de algo a gente nunca vai conseguir ser plenamente feliz. claro que eu me irrito, me frustro, me magoo e me machuco, não to falando que vivo num campo de flores ou em efeito eterno de maconha, e também claro que existem coisas que facilitam minha alegria como meus amigos, minha família, uma viagem, uma festa, meu açaí com leite moça, minha playlist do spotify, cheiro de mato, pé na areia, um copão de suco de maracujá ou de sorvete ou uma daquelas mexericas dekopons, mas apesar de tudo isso, eu posso facilmente ser feliz e me sentir completa conversando com a moça na fila da loja ou ouvindo um obrigada depois de abrir a porta pra alguém. quando a vida é feita de pequenas coisas é quando eu a considero perfeita, porque por alguma razão ainda não cientificamente explicada elas meio que me parecem o mais próximo que a gente tem do infinito❤️