novo mundo

eu gosto muito de charlie brown junior. sempre vibro com "me encontra" esperando fortemente que a pessoa ideal me achasse e assim a gente pudesse viver uma história de amor; sinto a maior vontade de quebrar meu código moral falando todos os palavrões possíveis em "papo reto" (coisa que talvez eu tenha feito isso secretamente algumas vezes aliás); e fico emocionadíssima com "lugar ao sol", embora ao mesmo tempo triste, porque é muito louco ver como alguém pode se sentir tão resolvido e em outro chegar no ponto de tirar sua própria vida. enfim, cbj me faz sentir coisas, e esses dias me peguei analisando sua divina sabedoria sobre algo que ainda estava anos luz a acontecer: essa pandemia. ou melhor, o mundo quando ela acabar. 
as tragédias nesse período tem sido astronômicas, tem sido mortes, sequelas, medo, violência, prejuízos, sentimentos constantes de incapacidade e uma necessidade de adequação a uma vida completamente diferente da que se conhecia antes. mas o louco é que ainda assim há esperança. sabe, nas minhas crises eu me vejo pensando em tudo que eu poderia ter feito enquanto minha vida ainda parecia plenamente minha, mas que eu fiquei com medo, vergonha ou sei lá, até preguiça de fazer; e aí, pra ter um pouco de paz, eu começo a fazer planos do que eu quero desse tal "novo mundo" que vai ser formado. e é aí que entra o charlie brown!
"a vontade de ver já é maior que tudo, não existem distâncias no meu novo mundo", um hino moderno eu diria, entre todos os danos causados se tem um lado bom nisso tudo eu diria que foi a possibilidade de parar e pensar "que merda que eu to fazendo com a minha vida?", no fundo a gente sente o que a gente quer, a sabe o que faz genuinamente bem e o que simplesmente não faz, a gente sente saudade de quem a gente ama e a gente quer estar perto, a gente tem sonhos quer muito alcançar, e eu simplesmente pude finalmente me ver perguntando "ok, o que me impede de fazer tudo isso?", "qual é toda essa distância entre a forma que eu vivo e o que eu quero viver?", e a resposta foi bem simples, e foi eu mesma. 
eu tenho um medo gigante disso tudo aqui parecer um grande coaching, porque eu meio que odeio coaching, e eu quero deixar claro que a minha expectativa não é de sair da quarentena num mundo arrumado e com pessoas de repente com um super senso de sensatez. o mundo provavelmente ainda vai ser um pouquinho merda do jeito que é, mas a questão é que eu não preciso ser. eu posso fazer o que eu sinto que vai me fazer bem com a minha liberdade e não preciso ter a necessidade de provar nada pra ninguém ao fazer o que eu quero. eu sou livre e eu posso nem sempre ter os recursos pra viver a vida que eu quero, mas eu sempre vou ter a capacidade de escolher a forma que eu vivo minha vida seja qual ela for.
entre dias de luta e dias de glória, posso dizer que por enquanto to aqui em casa, esperando (im)pacientemente poder começar a viver plenamente no meu novo mundo.

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